terça-feira, 5 de agosto de 2008
domingo, 3 de agosto de 2008
sábado, 2 de agosto de 2008
Variados
Pela Criminalização da Homofobia
Ligue e contribua para a aprovação da Lei que criminaliza a Homofobia no Brasil – PLC 122/2006.
0800 61 22 11
Você pode mandar uma mensagem, pedindo voto favorável, para 03 (três) senadores e ou senadoras por ligação. É possível ligar de telefone público e até mesmo do seu celular. A ligação é GRATUITA
Neste momento é de extrema PRIORIDADE enviar mensagens para os/as senadores que compõem a Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado Federal. É nesta comissão que está tramitando o PLC 122/2006. Ao ligar, você pode sugerir que sua ligação seja encaminhada a um desses senadores da comissão.
Para a primeira ligação, o atendente fará um breve cadastro, por isso tenha em mãos o CEP da sua residência ou trabalho. Nas próximas ligações seu cadastro é identificado rapidamente. Uma sugestão de MENSAGEM:
"Ao Senhor Senador e ou Senhora Senadora - cite o nome do senador eleito por você ou - A todos os Senadores da Comissão de Assuntos Sociais,
Eu peço que vote(m) contra o preconceito. Vote(m) contra a violência. Vote(m) SIM ao relatório da Senadora Fátima Cleide para aprovar o PLC 122/2006 contra a homofobia, nesta comissão. Esse ato é simbolizar que o Senado é contra a violência cometida contra todos os brasileiros e brasileiras GLBT
Eu não quero um filho gay!
A modelo curitibana Isabeli Fontana, de 24 anos, disse ontem, segunda-feira, que não gostaria de ter um filho gay. A declaração da ex-mulher do ator paulista Henri Castelli, foi feita no programa da "Hebe", no SBT (que aliás já está em outro horário: 20 horas agora)
A discussão sobre homossexualidade veio à tona devido à presença do ator Lugui Palhares, o Carlão na novela "Duas Caras", de Aguinaldo Silva. Na trama, o personagem tinha um envolvimento com o cozinheiro Bernardinho (Thiago Mendonça).
Hebe perguntou se Lugui era gay. O ator respondeu que não, apontando sua mulher para "provar". Sentada no famoso sofá, Isabeli comentou que, se fosse seu filho, não queria que ele fosse gay. Depois, ela tentou minimizar a fala afirmando que conhece gays e os adora. (Antes tivesse ficado muda e dando risada no sofá)
À Hebe, o ator Lugui Palhares disse que não era gay, pois tem uma mulher, mas aproveitou o comentário infeliz da modelo para defender o respeito aos homossexuais dizendo à Isabeli que se o filho dela fosse gay teria que amá-lo do mesmo jeito e compreendê-lo.
A modelo, já vendo a besteria que fez, concordou falando que tentaria compreendê-lo. Isabeli é mãe de dois filhos (Zion, 5, e Lucas, 1). Já esteve no ranking das principais modelos do mundo, elaborado pelo site Models.com, um dos principais termômetros da profissão.
Casou-se com o ator Henri Castelli, em dezembro de 2005 e tiveram um filho, Lucas, em outubro de 2006. O fim da relação foi noticiado em abril de 2007. O primeiro filho da modelo é Zion (pronuncia-se záion, mas tanto faz a pronúncia, é feio dos dois jeitos), que nasceu em março de 2003, fruto de seu casamento com o modelo catarinense Álvaro Jacomossi.
sexta-feira, 1 de agosto de 2008
Só verificando
Por Renato Hoffmann
Tenho sentido, ultimamente, uma forte inclinação, por parte de certos grupos intelectualizados, contra a militância gay. Interessante, que toda espécie de militância, que não seja militância do senso comum, incomode. Obviamente, a questão da militância não é separada da esfera do poder, seu axioma se configura nessa esfera e, jamais, será compreendido fora dela.
Assim, militar é atuar, é praticar algo, em nome de alguma coisa, em concordância de alguma idéia ou significado. Destarte, ser militante é ser inserido em alguma organização, sendo as mais comuns- políticas. Mas, não só às políticas, como também, às que se movem em atmosferas de camaradagem, cumplicidade num mesmo ideal. O que significa, intrinsecamente, que toda militância é militância de uma ideologia; sua prática, sua ação. Assim, mesmo sem estar inserido formalmente num grupo, aquele que porta à mensagem comum desse grupo, do seu ideal e defesa, é um militante de uma causa comum, pois se insere, em último, no discurso da ideologia, ou no próprio ideal.
A militância gay vem incomodando certos seguimentos da sociedade brasileira, por conta de um fator dominante dentro da concepção do poder. Acontece que a classe média é conservadora em seus princípios ideológicos. A construção da chamada sexualidade se dá, basicamente, ligada à moral cristã que, em qualquer das vertentes: católica ou evangelicalista, é imperativa, legalista, sexista.
Na sociedade burguesa, o heterossexual é o normal, foi eleito no discurso como a única forma sadia de sexualidade, e foi ligada ao culto viril do homem vitoriano. O poder de submeter e se impor são presentes nesse discurso, que logo foi rejeitado pelas feministas, ainda que heterossexuais, mas que não concordavam da submissão ao macho pelo seu culto.
Acontece, que como ideologia dominante, o heterossexualismo passou a ridicularizar toda forma de oposição a ele. A questão do poder, do espaço, da disputa, foi internalizada de forma agressiva e cega. Carrega, tal discurso, uma militância de potência, austera. O bem sucedido é o que tem família, um emprego que lhe dê boas condições financeiras, e, sobre tudo, sustente em si mesmo o ícone do ser macho, nobre, e de caráter ilibado.
Do outro lado da moeda, os homossexuais passaram a ser interpretados como caricaturas; um deboche irônico, vulgar, mesquinho, jocoso. Aqueles que não podem ser levados a sério. Suas aspirações foram condenadas à marginalidade. Em tudo, o gay era vislumbrado como escória. Pífios, suas relações eram putrefatas, anômalas. O homossexual era um puto, doente e condenado em toda sua existência.
Não havia espaço para uma ontologia gay. Estes eram simplesmente uns engôdos, que não contentes, e por suas doenças, buscavam se assemelhar ao feminino, efeminando-se, imitando o comportamento das mulheres. Buscando, em seus próprios corpos, toda espécie de depravações possíveis. O histrionismo era o marco da supremacia heterossexual contra os homossexuais.
Da imagem de putos, de prostitutos, nunca se cogitou uma forma existencial aos gays, afinal, estes, obstinando-se, assumiam a caricatura, ou a imposição do preconceito, na leitura da realidade última, dos atores, nessa representação. Portando, o relacionamento casual, da famosa trepadinha sem compromisso, que ainda reflete o maior obstáculo a ser superado. Isso, pois, o homossexual se acostumou, com o falso conceito, que ele é gay porque deseja o mesmo sexo. Nesta atitude, a homossexualidade era assumida com todo peso da leitura heterossexual. O gay não desejava ser homossexual, ele apenas se resignava a isso.
Não há, até aqui, que se falar de uma militância gay... Entretanto, Foucault pensou em uma. A mudança de paradigma se daria, exatamente, quando o homossexual passasse não mais se enxergar com os óculos do heterossexualismo. Mas sim, começasse a construir, para si mesmo, uma identidade. Por esse prisma, qual tipo de relação poderia ser estabelecida, inventada, articulada? Também, não mais o segredo do desejo, ou da indagação sobre o que se é. Até mesmo, pelo simples fato daquilo que é, ser! Então a necessidade é totalmente outra, ela caminha pelo reconhecimento pleno do devir: o esforço apodítico de se tornar um homossexual. Para o heterossexualismo, a homossexualidade seria uma forma de desejo anormal, contudo, para o gay, jamais poderia ser reduzida a uma forma de desejo, mas, sim, algo desejável.
Então, a distância se dá no pensamento, na atitude, na postura e no próprio desejo; a questão não é mais desejar um rapaz do mesmo sexo, agora, desejar relação com rapaz! Aqui não é só trepar, mas é se desnudar por completo, dividindo alegrias, tristezas, tempos, quartos, lazeres, saberes, confidências, carícias, fidelidades, etc. Esse modo de vida homossexual, construído na amizade, nas alianças é, para Foucault, temerário da sociedade.
Tal sociedade, na sua forma do heterossexualismo condicionou o comportamento gay às relações casuais. A imagem de rapazes transando, sem vínculos, apenas guiados à uma satisfação imediata, responde aos ditames sociais severos, assim, tranqüiliza o senso comum às caricaturas preconcebidas. Mas estarrece, quando a homossexualidade passa ser desejada por seus atores, muito mais do que um conformismo, passivo, inexpressivo. Agora ela é bem mais do que mero sexo, ela forma comportamento, modo de vida homossexual. Em outras palavras, o ato sexual que não está conforme a lei da natureza (segundo o heterossexualismo), não inquieta as pessoas, mas os vínculos afetivos, os laços de amizade e amor, sacodem, perturbam às instituições estabelecidas.
Assim, militar é atuar, é praticar algo, em nome de alguma coisa, em concordância de alguma idéia ou significado. Destarte, ser militante é ser inserido em alguma organização, sendo as mais comuns- políticas. Mas, não só às políticas, como também, às que se movem em atmosferas de camaradagem, cumplicidade num mesmo ideal. O que significa, intrinsecamente, que toda militância é militância de uma ideologia; sua prática, sua ação. Assim, mesmo sem estar inserido formalmente num grupo, aquele que porta à mensagem comum desse grupo, do seu ideal e defesa, é um militante de uma causa comum, pois se insere, em último, no discurso da ideologia, ou no próprio ideal.
A militância gay vem incomodando certos seguimentos da sociedade brasileira, por conta de um fator dominante dentro da concepção do poder. Acontece que a classe média é conservadora em seus princípios ideológicos. A construção da chamada sexualidade se dá, basicamente, ligada à moral cristã que, em qualquer das vertentes: católica ou evangelicalista, é imperativa, legalista, sexista.
Na sociedade burguesa, o heterossexual é o normal, foi eleito no discurso como a única forma sadia de sexualidade, e foi ligada ao culto viril do homem vitoriano. O poder de submeter e se impor são presentes nesse discurso, que logo foi rejeitado pelas feministas, ainda que heterossexuais, mas que não concordavam da submissão ao macho pelo seu culto.

Do outro lado da moeda, os homossexuais passaram a ser interpretados como caricaturas; um deboche irônico, vulgar, mesquinho, jocoso. Aqueles que não podem ser levados a sério. Suas aspirações foram condenadas à marginalidade. Em tudo, o gay era vislumbrado como escória. Pífios, suas relações eram putrefatas, anômalas. O homossexual era um puto, doente e condenado em toda sua existência.
Da imagem de putos, de prostitutos, nunca se cogitou uma forma existencial aos gays, afinal, estes, obstinando-se, assumiam a caricatura, ou a imposição do preconceito, na leitura da realidade última, dos atores, nessa representação. Portando, o relacionamento casual, da famosa trepadinha sem compromisso, que ainda reflete o maior obstáculo a ser superado. Isso, pois, o homossexual se acostumou, com o falso conceito, que ele é gay porque deseja o mesmo sexo. Nesta atitude, a homossexualidade era assumida com todo peso da leitura heterossexual. O gay não desejava ser homossexual, ele apenas se resignava a isso.
Então, a distância se dá no pensamento, na atitude, na postura e no próprio desejo; a questão não é mais desejar um rapaz do mesmo sexo, agora, desejar relação com rapaz! Aqui não é só trepar, mas é se desnudar por completo, dividindo alegrias, tristezas, tempos, quartos, lazeres, saberes, confidências, carícias, fidelidades, etc. Esse modo de vida homossexual, construído na amizade, nas alianças é, para Foucault, temerário da sociedade.
Em último, não seria descobrir uma maneira de ser homossexual, mas inventar tal maneira. Até mesmo, respondendo à sua ascese, e não importando, a mesma, de categorias já existentes. "Ser gay é não se identificar aos traços psicológicos e às máscaras visíveis do homossexual, mas buscar definir e desenvolver um modo de vida" (Michel Foucault).
Hoje, o ataque a militância gay tem sido feita por uma leitura heterossexualizada da realidade. Seja ela em trabalhos acadêmicos, ou seja em sites religiosos, o paradigma para a construção da crítica é o modo de vida heterossexual. Que faz a crítica se perder no seu próprio etnocentrismo, não sendo legítima. Pois, a mesma não tem autoridade para falar do modo vida homossexual, pois deveria partir deste, para criticá-lo. Destarte, é piegas, e um insulto a inteligência à proposta celibatária aos homossexuais. E, do mesmo modo, é mesquinho os rótulos atribuídos aos gays, pois são simplistas, irracionais, irrefletidos e, nada mudarão a realidade última, que é apresentada como proposta pela militância gay.
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